Segundo os dados conhecidos, as primeiras batalhas sobre as quais temos evidências claras, ocorreram entre Lagash e Umma, cidades-estados da antiga Suméria, localizadas no sudeste do actual Iraque, durante uma guerra de fronteiras.
Esta 1ª guerra, de que há provas concretas, terá ocorrido à volta do ano de 2525 a.C., sem prejuízo da existência de indícios de guerras, cerca de 2.700 a.C., na mesma região – antiga Mesopotâmia - mais tarde habitada por Caldeus e Assírios e que hoje correspondem ao Irão, Iraque e Síria.
Como origens dessas batalhas, numa época em que as cidades-estados viviam em constante rivalidade, estão o domínio económico, territorial e político.
Segundo o historiador John Baires, da Universidade de Oxford, estava também em causa a disputa de matérias-primas, escassas numa região superpovoada: madeiras, cobre e estanho (componentes do bronze, de que faziam armas e instrumentos agrícolas).
A Suméria tinha várias cidades-estados na zona mais fértil, áreas banhadas pelos rios Tigre e Eufrates.
As disputas, de terras aráveis e de acessos à água, eram resolvidas pela força, segundo o historiador Steven Muhlberger, da Universidade de Missing, no Canadá.
Nesta fase de transição para Estados Organizados, eram capazes de construir muralhas de protecção e mobilizar exércitos numerosos, armados com foices metálicas e escudos de madeira, treinados para lutar, segundo tácticas mais ou menos definidas.
As sociedades estavam organizadas em torno de reis hereditários, que acumulavam os recursos das cidades, comandavam a produção de armas e convocavam os soldados para a guerra.
A cidade-estado de Lagash, foi descoberta no séc. XIX.
Nas suas ruínas, encontrou-se uma placa de pedra, conhecida por “Estela dos Abutres”- um fragmento, de um monumento de maiores dimensões, erguido em homenagem ao líder Eannatum, que comandou Lagash, cerca de 2.500 a.C..
Além de inscrições, a “estela” (bloco de pedra) possui relevos, mostrando vários aspectos da guerra travada com Umma, tais como soldados mortos, sendo devorados pelos abutres.
A relíquia histórica está no museu do Louvre, em Paris.
Nas batalhas praticava-se o corpo-a-corpo.
Os soldados lutavam com machados de batalha de formatos variados, lanças com pontas metálicas e foices especiais (ao contrário das foices da agricultura, tinham a lâmina afiada pela parte externa da curvatura).
Os soldados usavam, também, capacetes de cobre, mantos de couro, revestidos com placas de metal, nas partes mais vulneráveis e grandes escudos, de madeira, rectangulares.
Lutando lado a lado, os soldados podiam juntar os escudos e formar uma parede contra as lanças inimigas.
Os cadáveres dos inimigos derrotados, depois de espoliados, eram abandonados no campo de batalha, para serem consumidos pelos animais selvagens.
Há também vestígios de grandes pilhas de cadáveres queimados, em pleno campo de batalha.
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