O Amor representa quase 30% dos temas de poesia de uma amostra realizada em 1500 poemas, dos mais representativos de outros tantos poetas da Literatura do Mundo Ocidental.
Se lhe juntarmos os de Amizade (2,2%) e Amante (3,8%), chegamos aos 36%, continuando o Amor, destacado entre os temas de Poesia, seguido, de longe, por Vida, Natureza e Morte, com 6% cada um, pesando, os três, metade do tema Amor.
De salientar que entre 116 temas são menos de duas dezenas (17) os que têm significado estatístico e os temas menos glosados (167) são, apenas 11% do total analisado.
Temas de Poesia
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Tema
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Publicações
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%
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|
1
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Amor
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437
|
29,1%
|
2
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Vida
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93
|
6,2%
|
3
|
Natureza
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93
|
6,2%
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4
|
Morte
|
93
|
6,2%
|
5
|
Poetas
|
91
|
6,1%
|
6
|
Mulher
|
67
|
4,5%
|
7
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Amante
|
57
|
3,8%
|
8
|
Sonhos
|
56
|
3,7%
|
9
|
Alma
|
53
|
3,5%
|
10
|
Deus
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52
|
3,5%
|
11
|
Noite
|
47
|
3,1%
|
12
|
Mundo
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37
|
2,5%
|
13
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Amizade
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33
|
2,2%
|
14
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Viver
|
33
|
2,2%
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15
|
Destino
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31
|
2,1%
|
16
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Pensamento
|
31
|
2,1%
|
17
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Tempo
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29
|
1,9%
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18
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Diversos
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167
|
11,1%
|
1500
|
100,0%
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quarta-feira, 30 de abril de 2014
Temas de poesia
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Quatro ascetas do séc. XVI
Sabe-me bem passar uns minutos diante das estantes, espalhando os olhos pelas lombadas dos meus livros.
Acabo, sempre, por descobrir algo de novo, o que me surpreende, quando se trata de novidades sobre obras que, nalguns casos, me acompanham há mais de cinquenta anos e têm sinais de basta manipulação.
Hoje chamou-me a atenção um pequeno opúsculo, de 1950, editado pela Livraria Simões Lopes, do Porto, em que a autora, Maria do Céu Novais Faria, junta textos escolhidos de Quatro Prosadores Ascetas do séc. XVI – o tempo da questão dos Judeus em Portugal, da Inquisição, de Alcácer Quibir, da perda da independência de Portugal e da publicação dos Lusíadas.
A escolha de textos dos quatro mais consagrados prosadores ascetas deste período, para compor uma pequena antologia, não é tarefa fácil, mas foi bem conseguida pela autora.
Começando por Frei Heitor Pinto (n. 1528), teólogo e Prof. da Universidade de Coimbra, cuja obra principal – Imagem da Vida Cristã –, é notável pela escolha dos temas e a construção dos diálogos, de grande valia literária, como provam as diversas edições em latim, castelhano, francês e italiano.
Frei Amador Arrais, nascido em Faro, ou Beja, entrou para a Ordem dos Carmelitas Descalços (1545), foi Doutor, em Teologia, por Coimbra, coadjutor do Cardeal D. Henrique, Arcebispo de Évora, Bispo de Trípolis e, nomeado por Filipe, de Espanha, Bispo de Portalegre.
Tal como Frei Heitor Pinto, este asceta escreveu diálogos, de que destacamos a obra “Da Glória e Triunfo dos Lusitanos”, em que faz um breve resumo da História de Portugal, desde a
Fundação da Nacionalidade.
Samuel Usque, judeu português, de que a
principal obra “Consolação às
tribulações de Israel”, publicada em Ferrara (Itália), em 1553,
encantadoramente dividida em três diálogos, visando “consolar os Judeus das
tribulações da época e inspirar-lhes confiança nas promessas do Senhor”.
Ressalta da obra o amor, sentimento e visão poética da natureza e os três
maravilhosos quadros da vida pastoril.
Frei Tomé de
Jesus, é,
dos quatro ascetas, o mais nobre, de nascimento, cuja família, abastada e
intelectualmente distinta, o viu professar, no convento da Graça e partir para
África, escolhido por D. Sebastião, para a expedição a Alcácer Quibir.
Aprisionado
e atormentado, viria a morrer, nas masmorras, em 1582, onde escreveu, às
escondidas, “Os Trabalhos de Jesus”,
cujo prefácio “Carta à Nação Portuguesa”
é um verdadeiro hino às virtudes heróicas dos santos.
Termina assim a carta: Deste cativeiro de Marrocos, e do indigno
companheiro dos cativos atribulados pelo nome do atribulado Jesu, o vosso
português frade indigno dos Eremitas de Santo Agostinho. A 8 de Novembro de
1581. Frei Tomé de Jesu.
Leia estes Mestres, que nunca foram prémios
Nobel, embora fossem exímios a escrever.
Não lhes faltou nobreza nem sabedoria;
porém morreram humildes e dignos dos que sempre respeitaram.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Comentário literário
Recebi, de um amável leitor das “Histórias
de gente simples” e das “Folhas soltas” um comentário
que transcrevo, com o devido respeito:
“Lisboa,6
de Dezembro de 2012
Meu caro
Professor José Valente
Regressei a
Lisboa depois de três meses de permanência em Monte Gordo.
E
apresso-me a agradecer o livro “Histórias de Gente Simples” que teve a
amabilidade de me oferecer.
A leitura
anteriormente feita da publicação “Folhas Soltas”, e a já iniciada com o livro
recente, revela o seu significativo culto pela arte literária que toma como
meio, para a expressão do belo, a palavra oral ou escrita.
O escritor
José Valente domina bem o conjunto de normas e preceitos que ensinam a bem
falar e escrever. E as faculdades estéticas que são pedidas ao escritor:
inteligência, imaginação e sensibilidade estão bem expressas nos seus escritos.
A
inteligência manifesta-se na produção das ideias e dos juízos, com vida,
brilho, originalidade e graça.
O escritor
José Valente apresenta os temas sociais de forma animada e elegante que seduz o
leitor. A sua escrita é educável, porque apurada no convívio frequente com a
análise dos modelos de comportamento do ser humano.
O escritor
sabe promover o gosto pela leitura e incentivar o culto pela Língua.
A mocidade
estudiosa de Portugal muito ganharia em ter acesso à leitura da sua produção
literária.
Deixo o meu
abraço de apreço e aplauso.
As minhas
saudações a sua mulher.
Com a
admiração e a estima do
Murta Rebelo”
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