Há, na tradição portuguesa, uma grande variedade de licores; porém, o único que, em Portugal, é verdadeira e exclusivamente monástico é o Licor de Singeverga.
É produzido pelos monges beneditinos, através da destilação de uma panóplia de mais de cento e cinquenta ervas aromáticas e medicinais.
Não sofre a interferência de quaisquer entidades exteriores ao Mosteiro, pois todos os processos, desde a recolha das plantas, à rotulagem, estão rigorosamente descritos no livro de preceitos, em uso na Instituição e criteriosamente guardado em lugar restrito e seguro.
A produção é limitada, dada a manutenção dos processos artesanais; pelo que é bastante limitada a quantidade de lojas que oferecem esta preciosidade ao público, em geral.
A inexistência de publicidade e marketing é, também, uma limitação das vendas.
O Licor de Singeverga é comercializado em garrafas (ver ilustração) com 3 tamanhos diferentes – o corpo da garrafa tem, em alto-relevo: LICOR DE SINGEVERGA.
O vidro tradicional é castanho-escuro, embora recentemente tenha aparecido branco.
A rolha, garantida por selo de chumbo, com o escudo dos beneditinos, e os cordões sujeitos por um rótulo de gargalo.
A venda do Licor é uma das maiores receitas do Mosteiro e da Ordem.
O Licor de Singeverga tem cor âmbar dourada, ao nariz denota ervas intensas e especiarias, na boca tem um corpo inteiro, paladar forte e delicado a doce de ervas e especiarias.
Funciona como um digestivo perfeito.
Tem 30º de volume alcoólico e pode ser bebido, ligeiramente frio.
Segundo o irmão José, que actualmente tem a seu cargo as principais e decisivas fases da produção do Licor de Singeverga, nada mais há que ervas balsâmicas e terapêuticas, num licor inteiramente artesanal, que segue uma formulação muito antiga, fruto de prolongadas e pacientes experiências.
Daqui para a frente não vale a pena pensar em mais nada: é beber com moderação, pois trata-se de uma bebida espirituosa.
Mas, há muitos que dizem tratar-se de um medicamento e, assim, parece que o melhor é juntar as duas coisas num único golo.
E que faça bom proveito a todos os que tiverem a felicidade de bebê-lo.
PS. Na casa de família de minha mulher, na Beira Alta, sempre vi uma garrafa de Licor de Singeverga e quando se queria obsequiar ,com maior distinção, servia-se um cálice, no final da refeição.
Na reserva da garrafeira sempre vi várias garrafas, algumas das quais estão na minha posse há várias dezenas de anos.
Explicava o “padrinho”, Monsenhor e entendido em costumes e tradições, como se recebia no Mosteiro de Singeverga e como era feito aquele maravilhoso Licor.
E acrescentava que graças a amigos nos Beneditinos, recebia regularmente obséquios com aquela preciosidade.
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