O cuco-canoro, cuco-vulgar, corredor, sacis, cuco-cinzento, etc., cujo nome: cuculidae, pertencente à família das aves cuculiformes.
Tem cerca de palmo e meio de comprimento e quase três palmos de envergadura, pesando até 130 gramas; cada asa mede entre 23 e 25 cm.
Em voo – o que não é muito vulgar -, mostra asas afiadas, cauda comprida e cabeça pequena, lembrando uma ave de rapina.
Pousado, nos ramos de árvores, parece desajeitado e desproporcionado, com dificuldade de fechar as asas.
As cores predominantes são o cinzento, no peito e na parte superior e, na parte inferior listas brancas e pretas.
Os jovens são mais escuros e têm mais listas, que se estendem, também, à parte superior.
Há, especialmente no Alentejo, uma variedade – o cuco-rabilongo -, a espécie mais numerosa, depois do cuco-comum. É voraz e predador de outras aves.
O cuco adulto alimenta-se de insectos: aranhas, larvas e, principalmente, da processionária dos pinheiros. Enquanto jovem é alimentado pelos pais hospedeiros, com insectos, pequenos frutos e até grãos diversos.
O cuco distribui-se por toda a Europa (referenciado em 37 países), onde passa o Verão, migrando após a postura dos ovos, para os bosques equatoriais da África.
Os filhos só partem em Agosto/Setembro, sem nunca conhecerem os pais.
Os cucos voam, de noite, isoladamente e os novos têm um sentido de navegação que lhes permite sobrevoar o deserto do Sara, antes de chegar ao seu destino.
O cuco é o exemplo clássico de parasitismo, nas aves (não constrói o ninho, não incuba os ovos e não alimenta os filhos).
A mãe-cuco, procura ninhos de aves mais pequenas – arvéloa, rouxinol dos caniços, toutinegra, etc. – cujos ovos são parecidos com os seus, e em cerca de 48 horas, põe 12 ou 13 ovos, um em cada ninho, por substituição de um dos ovos que lá encontra.
A incubação do ovo do cuco demora apenas 14 dias, pelo que os cucos serão os primeiros a nascer no ninho.
A primeira coisa que fazem é deitar fora os ovos que encontrem, ou até aves recém-nascidas, ficando sozinhos com todo o espaço e alimento que os pais-adoptivos levem.
O característico e repetitivo cuc-cuu – origem do onomatopaico nome -, assinala o princípio da Primavera (Março /Abril de cada ano).
Nota: Há outros "cucos", sem penas nem asas, que seriam óptimos exemplos de parasitismo, mas dado o requinte dos seus processos, não se enquadram nas coisas simples que são, por norma, o objecto dos meus escritos.
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