A escrita constitui uma das grandes conquistas da Humanidade; são enormes e inúmeras as transformações por que passaram os diversos sistemas de signos usados para exprimir, graficamente, a linguagem.
Um longo caminho foi percorrido, desde os 20.000 ideogramas, simples e compostos, usados na Suméria (baixa Mesopotâmia) há 5.000 anos, até às vinte e poucas letras dos alfabetos actuais.
Nesta breve análise não vamos estudar a evolução da escrita; faremos apenas uma breve análise aos diversos alfabetos, cuja criação foi a grande conquista da escrita.
A palavra “alfabeto”, de origem latina (alfhabetum), é constituída pelas 2 primeiras letras do alfabeto grego (alfa e beta).
Vamos, porém, um pouco mais atrás, no tempo.
O alfabeto fenício, com 3.000 anos, tem apenas 22 signos e parece basear-se na escrita do proto-Sinai (anterior ao séc. XV a.C.).
A possibilidade de escrever qualquer palavra com 22 signos confere ao alfabeto fenício a chave da sua expansão; esta simplicidade tornou-o no mais difundido dos alfabetos antigos.
A partir do séc. X a.C. foi adoptado pelos Arameus, Nabateus, Sírios, Persas e Hebreus, defendendo alguns autores que dele deriva o alfabeto árabe.
A adopção do alfabeto fenício pelos Gregos, cerca do séc. VIII a.C., foi o facto de maior transcendência para a nossa civilização.
Chegaram, todavia, no séc. VI a.C., diversos aperfeiçoamentos e transformações, ao alfabeto grego clássico que acabou composto por 24 letras – vogais e consoantes –.
Deste alfabeto surgiram escritas de populações não helénicas (etruscos, lícicos).
Já na Idade Média, formar-se-iam, a partir do grego, o alfabeto gótico e os alfabetos eslavos.
A partir do alfabeto etrusco e outras escritas itálicas, formou-se o alfabeto latino, cujos primeiros documentos datam do final do séc. VII a.C.
Por volta do séc. I a.C., o alfabeto latino encontra-se perfeitamente constituído, constando dele as nossas actuais 23 letras.
Com o Império Romano, o alfabeto latino impôs-se em todo o mundo ocidental, a maior parte do qual eram colónias romanas.
Também em Portugal é com ele que escrevemos.
Terminamos com a última quadra do poema “O edital”, do grande Augusto Gil, como exemplo da boa escrita e de quanto vale o seu ensino…
-Olhai, amigos, quanto pode o ensino…
Sois homens, alguns pais, e até avós;
Pois só por saber ler, este menino
É já maior do que nenhum de vós!
Augusto Gil
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