Os princípios basilares de qualquer país atravessam, transversalmente, os mais elementares preceitos e normas de vida em sociedade e da preservação dos direitos humanos.
Qualquer cartilha constitucional, de qualquer país, segue, na essência, as mesmas doutrinas filosóficas e sociais. Nunca se viu uma ditadura que, na boca dos seus dirigentes, não seja a mais pura das democracias.
Passando do plano teórico e retórico ao prático e real, vemos que as noções básicas e nobres, que sempre caracterizaram os portugueses e outros povos, tais como a simplicidade, honradez e dignidade, a par do humanismo, bom senso e lucidez, estão a ser trocadas, menosprezadas e até achincalhadas.
Os dirigentes e candidatos a qualquer coisa, aceitam, com aparente plena tranquilidade de consciência, que o futuro do filho do operário será diferente do do filho do quadro superior, ou do endinheirado.
A diferenciação dos cuidados médicos, educação, enquadramento social, preparação académica e profissional, com curso superior garantido, mesmo que seja pelo dinheiro da família.
Mantêm-se, em Portugal, quase quarenta anos após a criação das grandes esperanças, a inércia e o poder; na essência, o “status quo”, que garanta a estabilidade social.
A agiotagem prolifera numa sociedade cada vez mais fechada. Os negócios escuros, ou não completamente claros, movimentam um submundo, desprezível do ponto de vista ideológico mas, economicamente, condicionador de grande fatia da economia global.
A tradicional “cunha” está aí, para lavar e durar.
A enorme mole de funcionários públicos já não tem caracterização condigna, está a ser implacavelmente substituída por quadros técnicos, e deixados os resistentes entregues a si próprios, em muitos casos, de esquema em esquema, de avaliação em avaliação, até que surja um ponto de arrumação.
Os pilares básicos da ordem social, nomeadamente a família, são ignorados, ou atacados.
As acções de educação e alfabetização de adultos e apoio a reformados e inválidos, são atropeladas por apoio a tóxico-dependentes, criminosos e marginais e pelo controlo de grupos com capacidade de intervenção política e peso eleitoral.
Surgem então os eternos candidatos a qualquer coisa, sob a forma de subsídio, emprego – não confundir com trabalho –, cargo político, administrativo, governamental.
Depois vêm os que detendo qualquer influência – ou tal fazendo crer –, estão sempre dispostos a ajudar quem precisa, a conseguir isto ou aquilo, a furar os esquemas da burocracia…A troco de…
A agiotagem chegou aos sindicatos, talvez melhor dizendo aos sindicalistas, que vão ao despudor de cobrar, aos trabalhadores, altas percentagens das indemnizações, por extinção de postos de trabalho, em empresas extintas.
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