Aí pelos anos 90 – já lá vão uns vinte –
assisti, durante uma Feira de Ciência e Tecnologia, na cidade de Barcelona, a
uma sessão promocional do Governo da Catalunha.
Entre várias iniciativas
pedagógicas, foi descrito o ciclo biológico de um rio, feito pelos alunos de
várias localidades situadas nas margens de um curso de água que descia dos
Pirenéus para o Mediterrâneo.
No trabalho era referido, e muito bem
apresentado, um museu do sabão, com a
indicação de que se tratava de um raro exemplar.
Em todo o Mundo, segundo o
assessor científico da Empresa de material didáctico, nossa representada, só
haveria outra coisa idêntica, no Líbano.
E explicou-me o Dr. Martin Molinero, que
não tanto pelo processo de fabricação de sabão que é, em si, muito simples, mas
pelo desenvolvimento histórico das diversas fases por que passou aquela indústria,
era um local bastante visitado pelos alunos das escolas e pelo público.
Trouxe documentação, falei com algumas
escolas, sobretudo no Norte e não consegui que qualquer autarquia, ou escola,
se interessasse pelo projecto de preparar um museu de sabão.
Há dias, em buscas na Internet, parei,
por mero acaso, no “site” sobre o Museu
do sabão, recentemente inaugurado no edifício de uma ex-escola primária de
Belver.
E veio-me à memória a cena de introdução desta “Folha solta”, que
irei completar com as transcrições que se seguem, com a devida vénia às
Autarquias que puseram de pé a louvável iniciativa.
Transcrevo, sendo o realce e sublinhado,
meus:
“O espaço pretende «perpetuar a memória da indústria de
saponificação em Belver desde o século XVI até à primeira metade do século XX»,
segundo informa a autarquia, mais concretamente aos seus saboeiros, nome pelo qual ficaram conhecidos os cidadãos desta
localidade situada entre o Norte Alentejano e a Beira Baixa.
Os promotores do Museu salientam que todos os que visitarem o espaço vão encontrar-se com a história saboeira que outrora incentivou a economia local na região, e de forma «muito moderna», através das novas tecnologias e ferramentas interactivas que ajudam os visitantes a perceber como se produzia este produto.
Um saber-fazer ancestral concebido a partir de cinzas e borras
de azeite.
O espaço conta a história saboeira da região, recordando a estatização de todas as saboarias do Reino (em 1766), centrando-se, em particular, no desenvolvimento da Real Fábrica de Sabão, situada em Belver, que laborou em regime de monopólio régio até 1858, e que se dedicava à produção de sabão mole e sabão de pedra.
As visitas ao Museu podem ser
efectuadas de quarta a sexta-feira, das 10 às 17h00 e aos sábados e domingos
das 14h00 às 18h00.”
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