Numa das muitas, pouco ou nada produtivas, reuniões com as gentes da “Zona do pinhal”, um membro dos “Governos que temos tido”, questionou um participante sobre o que pensava acerca da internacionalização da “zona do pinheiro-bravo, no centro do nosso País”.
O debutante Secretário de Estado introduziu a sua pergunta, manifestando o desejo de ouvir a resposta de um Humanista-Ecologista e não a de um simples Beirão.
O interpelado, autarca de um dos concelhos visados, respondeu:
Tem toda a razão e cabimento a introdução à sua pergunta e, respeitando a sua orientação, pelo menos não correrei o risco de ser mal interpretado.
De facto, como Beirão, eu simplesmente diria não à internacionalização da nossa zona, como de qualquer outra do nosso País.
Por mais que tenham apregoado os governantes, e embora nunca tenham tido o cuidado e sensibilidade necessários para gerir tão rico património, ele é nosso.
Recomendo àqueles que há uns trinta anos ainda não tinham atingido a idade da razão e hoje cruzam as zonas desertas dos campos alentejanos, desviando o olhar dos restos de alfaias que jazem por essas terras que estiveram colectivizadas, politicamente, ou perto da internacionalização, de facto, que se informem sobre essa experiência.
E, depois de informados, venham a uma nova reunião, trazendo uma boa dúzia de razões, não copiadas da cartilha dos políticos, ou da propaganda dos partidos, mas factos reais, benefícios autênticos e ganhos e riqueza para distribuir pelos trabalhadores, proprietários e para o erário da Nação, isto é, para todos nós.
Só um pequeno aviso prévio, à guisa de ponto de ordem para essa reunião que fico a aguardar, ansiosamente.
Do Tejo para cima, o sangue que nos corre nas veias é quente; como o dos nossos irmãos do lado de lá.
Mas tem um ponto de ebulição mais baixo; anda mais aquecido pelos fogos que por cá têm ateado!...
Passo agora à segunda premissa que emoldurou a sua pergunta e, sem grande esforço, a ela reportarei a minha resposta.
Como ecologista sinto o risco que representa, para o ambiente, o não ordenamento das matas, a não proliferação das espécies autóctones e a alteração de ecossistemas pela extinção de espécies animais e vegetais.
E parece-me despiciendo desenvolver estes dados, pois não hão-de ser os doutores de biblioteca, que passaram meia dúzia de anos a ler teorias e doutrinas, muito valiosas, sem dúvida, mas insuficientes para nos virem ensinar o que é a ecologia e o respeito que nos liga a plantas e animais.
Esquecem-se, esses doutores, que é grande a cumplicidade; deles recebemos tudo e, no fim, tudo lhes devolvemos.
Não somos, porém, tão básicos que ignoremos todos os outros elementos da Natureza, especialmente o ar e a água.
Assim, as matas podem ser colectivizadas e, porque não, internacionalizadas?
Assim como podem e devem sê-lo as reservas de petróleo do mundo inteiro, as armas convencionais ou não, o capital financeiro dos países ricos, as universidades, os museus, as cidades e a lista de prioridades nunca mais acabaria…até chegar às matas de pinhal.
Como ecologista aceito defender a colectivização das matas, a par da do Mundo inteiro.
Mas, enquanto o mundo, incluindo os nossos governantes, me tratarem por Beirão, e como Beirão, lutarei para que as matas sejam nossas e …
SÓ NOSSAS!...
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