domingo, 23 de fevereiro de 2014

“PARVUM LEXICON”





…Recordo os “Cadernos de significados” do Colégio D. Pedro V Mação), nos anos 50, de que ainda guardo, nos meus velhos alfarrábios, alguns exemplares.


Tenho presente, para consulta diária, o Dicionário da Língua Portuguesa, de Eduardo Pinheiro, 3ª edição, da Livraria Figueirinhas, que comprei, em 1953, no café do sr. João, fornecedor dos livros escolares, em Mação.

O Dicionário, agora com encadernação de pergamóide azul-escuro, com letras douradas, era, no original, de pano creme, com letras pretas, e está entre os meus vários léxicos.

Um dos mais pequenos – no tamanho – é, sem dúvida, o “PARVUM LEXICON”, de António Pereira de Figueiredo. 

Reprodução fac-similada das 50 páginas da edição princeps de 1760, com introdução e notas por Amadeu Torres, das Edições Humanitas – Braga – 1998, comemorando o bicentenário (1797-1997) da morte do seu autor.

O pequeno livro é uma delícia: O fac-simile está escrito em latim, como é óbvio, mas a introdução e notas, de Amadeu Torres, são pequenas peças, perfeitamente acessíveis, que encantam qualquer leitor, que não possa traduzir o latim, ainda que saídas da pena de um brilhante académico, Professor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa e Professor Catedrático Convidado da Universidade do Minho.

É a primeira vez que, nas Folhas Soltas, faço um incentivo à leitura de uma determinada obra; Todavia, parece-me que não devo deixar de recomendar este pequeno livro. 

É um opúsculo, que custa poucos euros, e pode ser a pedra de toque de muitos maçaenses que possam lê-lo e ficar a saber  algo mais sobre este nosso conterrâneo ilustre – PADRE ANTÓNIO PEREIRA DE FIGUEIREDO –, cuja memória tão desprezada tem sido,  na continuação dos maus tratos e ataques que foi recebendo, em vida,

Diz o Professor Doutor Amadeu Torres, no Prefácio:

“Mas Pereira de Figueiredo, dispensa benesses extemporâneas. Bastam-lhe as que conquistou com os seus talentos e o seu trabalho, bem merecedor de que lhe tiremos respeitosamente o chapéu. Poucos o fizeram neste bicentenário, o que é, pelo menos, cultural e pedagogicamente escandaloso.

Tiro-lho eu, de novo, venerador e obrigado! AMADEU TORRES”

PS – Pela minha parte, modestamente, cumprimento e felicito o Dr. José Carlos Gueifão, o maior estudioso e mais entusiasta defensor da Obra do Padre António Pereira de Figueiredo, eminente latinista, douto músico e distinto pedagogo do Séc. XVIII.

Graças a ele, estou, entre os maçaenses que se orgulham da obra deste conterrâneo e vêem nele o maior contributo das gentes da nossa terra para a cultura nacional.

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