Ao ler este pensamento do poeta, fiquei a pensar se valeria a pena e seria pertinente e até, minimamente interessante, o que tinha rascunhado sobre o “Acordo Ortográfico”.
Eu ainda não concordo com o “Acordo”, porque talvez não o conheça suficientemente, por incapacidade de percebê-lo e compreender o seu alcance e a sua contribuição para o avanço da maior difusão e influência da Língua Portuguesa no Mundo, porque não lhe reconheça aportes técnicos, científicos, etimológicos e “políticos”.
Falei, recentemente, com pessoas influentes e responsáveis pela Cultura num dos Países da Comunidade a que pertencemos e, verifiquei que, longe de pacífica, a assinatura e prática do Acordo, não é considerada um assunto pertinente e prioritário nesse País.
Penso mesmo que na maioria dos Países da Comunidade, o não será.
Entre nós, salvo os defensores de interesses editoriais, os intelectuais que longe de reunirem o consenso dos seus pares, defendem a sua obra-prima, qual panaceia para todos os males de que enferma a nossa cultura linguística portuguesa, e aqueles que espreitam, vivem e exploram a mediatização, poucos serão os que se tenham dado à defesa do “Acordo”.
A nós, simples mortais que estudámos a Língua Portuguesa, que a ensinámos, que a cultivamos e aperfeiçoamos, restam-nos, cada vez mais “Dúvidas”.
Tenho uma boa dúzia de Enciclopédias, Dicionários de vários tipos, Prontuários, Gramáticas, Vocabulários, tratados sobre evolução e expansão da Língua Portuguesa. Recentemente a Internet veio facilitar a consulta de obras dos nossos autores que, sem contestação, melhor trataram a Língua Portuguesa.
Visa, este esclarecimento, abonar a minha confissão de que cada vez tenho mais “Dúvidas”, sobre a melhor forma de escrever em Língua Portuguesa e, ainda, para afirmar a maior dessas dúvidas: sob o ponto de vista cultural, qual o interesse do “Acordo”?
Termino com um apelo aos senhores que nos aparecem cheios de ideias e seguros de todas as certezas sobre os benefícios do “Acordo”e que o poeta chama, por isso, certamente, idiotas – entenda-se, os que têm muitas ideias -:
Não gastem mais tempo em discussões académicas, não lancem mais argumentos sobre a vossa competência e capacidade para decidir sobre o que é bom, ou mau, para a defesa da Língua Portuguesa e a sua expansão no Mundo. Nós sabemos que são os melhores.
Expliquem, ao comum dos mortais, as vantagens do “Acordo”, para Portugal, para a defesa da cultura portuguesa e para fortalecer os laços entre os milhões de almas que querem, tão só, perceber:
Porquê o “Acordo”?
Quais as vantagens culturais do “Acordo”?
Nota:
Pareceres negativos sobre o Acordo Ortográfico:
- Departamento de Linguística da Faculdade de Letras da U.L.
- Comissão Nacional de Língua Portuguesa.
- Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário.
- Associação Portuguesa de Linguística.
- Associação Portuguesa de Editores e Livreiros.
Prof. José Marques Valente
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