Os romanos concluíram que a derrota em Breno (ataque da Gália em 390 a.C.) se ficou a dever a problemas de movimentação da sua pesada máquina de guerra, por falta de vias de comunicação.
Eram utilizados caminhos de terra batida nas deslocações entre a capital e terras vizinhas; todavia já tinham, nessa altura, a Via Ápia, construída em 312 a.C., por Ápio Cláudio Cego, entre Roma e a cidade de Cápua.
Nos contactos com os Cartagineses, os estrategas e engenheiros romanos estudaram as calçadas empedradas e daí nasceu a base para a definição das técnicas de construção das novas vias romanas que proliferaram por todo o Império, a um ritmo alucinante.
A partir de Itália, através da Hispânia, Gália, Grã-Bretanha, Egipto e Ásia Menor, estendia-se uma rede de 79.469 quilómetros de grandes vias romanas. Desta malha destaca-se a Gália com 22.000 quilómetros.
Juntando as vias secundárias, de menor qualidade, a rede viária do Império Romano atingiu 150.000 kms.
Ao contrário de outras civilizações, os romanos não basearam o seu desenvolvimento comercial exclusivamente nos seus portos; privilegiaram as estruturas viárias que facilitavam o intercâmbio no interior continental e daí adveio uma expansão comercial fulgurante e um domínio militar eficaz sobre todo o vastíssimo império.
Os vinhos e azeites da Hispânia, os cereais da Numídia e as cerâmicas e carnes da Gália, cruzavam-se nas estradas do império e afluíam a Roma.
Mas, vejamos como foram construídas as estradas romanas que, passados mais de vinte séculos, ainda são merecedoras da nossa admiração:
A largura das estradas variava entre 4,13 e 4,70 metros, havendo ainda um passeio, de cada lado, com um mínimo de 0,50 metros e que chegava a ter metade da largura da via.
Junto de Roma, as vias tinham 20 metros de largura e os passeios, empedrados como as calçadas, ou, pelo menos revestidos com lajes, elevavam-se sobre aparelhos de 20 a 30 cm.
De 18 em 18 metros, havia montadouros, para montar a cavalo, ou subir para as carruagens e de 1.481,50 em 1.481,50 metros, os marcos miliários (do latim milliarium, a partir de milia passum, “mil passos”).
Estas colunas, cilíndricas, com 20 polegadas de diâmetro, de base rectangular e altura variável, pesavam cerca de 2 toneladas.
Na base estava escrito o número da milha, relativo à estrada e, à altura dos olhos, constava a distância até ao Fórum Romano, além de outras indicações: responsável pela construção e encarregado da conservação.
Estes miliários são fundamentais para que historiadores e arqueólogos possam determinar e estimar os trajectos das antigas vias romanas.
Em Roma, no Capitólio, o milliarium assinala o km zero das estradas consulares de todo o império.
(cont.)
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