A ilustração “imprensa – manipulação” publicada por um blog que seguimos habitualmente, serve-nos de título à “Folha solta”, e enquadra, na perfeição, as reflexões desencadeadas por qualquer publicação, anúncio, publicidade ou comportamento, quando se vende abaixo do preço de custo, se paga acima do desempenho, ou se recompensa sem exigência de reais contrapartidas.
Embora nos sintamos ofendidos no amor-próprio, vendo-nos retratados nas marionetas que, comandadas por uma grande mão, parecem ler com toda a atenção e empenho, convenhamos que esta verdade omnipresente não faz parte das preocupações dos agentes e comunicadores que criam, alimentam e robustecem os mídia e o seu expoente máximo - imprensa.
Quando, há pouco mais de uma década, começámos a aceitar na rua e nos transportes públicos, ou a retirar de caixas habilmente colocadas no nosso caminho os “Jornais grátis”, quando nos colocamos numa fila para receber uma coisa que estão a dar lá à frente, sem sequer sabermos o que é, ou se nos interessa, quando todos os dias retiramos das nossas caixas de correio, material publicitário, quando decoramos os folhetos do supermercado… não pensamos que nada é grátis, que tudo tem um custo e tudo se paga.
Um jornal, uma revista, um espectáculo, são vendidos abaixo do preço de custo. Mas o preço de custo é totalmente suportado. Então quem paga a diferença? Muito simplesmente, a publicidade quer expressa, quer latente e, ainda claramente patente, ou encoberta.
Não é necessário saber muito de Economia, ter estudado ou cursado Marketing, alardear dotes de Politólogo, ou subscrever o nome com cátedra em qualquer coisa, para perceber que a difusão de notícias, ou ideias, está, totalmente, sob a dependência do dinheiro.
Qualquer órgão de comunicação social, seja qual for o estatuto por que se reja, não pode atacar certos temas, tem de esconder certas matérias, dourar determinadas pílulas, passar ao lado, por baixo, ou por cima de determinados obstáculos. Dizer a verdade, toda a verdade e só a verdade, corresponderia a uma opção impossível, levaria qualquer agente ou organismo ao absurdo, à morte.
A ideia de público, ou privado, tem sido panaceia para entreter a plebe. A compartimentação da Sociedade em Direita, Centro, ou Esquerda nada acrescentam hoje aos que defendem essas ideias datadas e rigorosamente obsoletas. As teorias económicas e as doutrinas políticas estão um pouco como os midia: as forças ocultas que dominam, controlam e alimentam as crises formam e destroem Governos, alimentam ou esvaziam Organismos. Então o que fazer?
Promovamos a Educação. Não como placebo para atacar os verdadeiros males da Sociedade do nosso tempo; mas como fundamento de afirmação cultural, social, profissional e humano. Coloquem-se os profissionais por normas e atributos de competência, recompensem-se os mais capazes e com provas de maior produtividade. Desenvolva-se a ética social, dando valor a todas as organizações de cultura, altruísmo, entretenimento, lazer, desporto, bem-estar. Reajustem-se os apoios sociais para os que efectivamente precisem deles e estabeleçam-se justas recompensas para os inovadores, investidores e impulsionadores da criação de riqueza. Defina-se o verdadeiro significado do conceito de riqueza. Ponha-se, de uma vez por todas, o interesse colectivo acima do individual.
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