O alecrim (Rosmarinus
officinalis) é um arbusto vulgar, na zona mediterrânica, entre 0 e
1500 m de altitude, em solos calcários.
Devido ao seu aroma típico, em
Latim era rosmarinus, que significava orvalho
do mar.
Como qualquer outro nome
vernáculo, o nome alecrim é por vezes usado para referir
outras espécies, nomeadamente o rosmaninho,
que possui exactamente o étimo rosmarinus.
No entanto estas espécies de
plantas, alecrim e rosmaninho, pertencem a dois géneros distintos, Rosmarinus e
Lavandula, apresentando diferenças as morfologias das duas espécies, em particular,
a forma, coloração e inserção da flor.
Descrição - Arbusto
muito ramificado, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas,
opostas, lanceoladas. A parte inferior das folhas é de cor verde-acinzentada,
enquanto a superior é verde brilhante.
As flores reúnem-se em espiguilhas
terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. O fruto é um aquénio –
seco, monospérmico, indeiscente, com semente erecta -. Floresce quase todo o
ano e não necessita de cuidados especiais nos jardins.
Toda a planta exala um
aroma forte e agradável.
Utilizada com fins culinários, medicinais e religiosos, a sua essência também é
utilizada em perfumaria - na produção da água-de-colônia
-, pois contém tanino, óleo essencial, pineno, cânfora e outros princípios activos
que lhe conferem propriedades excitantes, tónicas e estimulantes.
A sua flor é muito apreciada
pelas abelhas produzindo assim um mel de extrema qualidade. É vulgar a
plantação de alecrim perto dos apiários, para influenciar o sabor do mel.
Cultivo - Devido
à sua atractividade estética e razoável tolerância à seca, é utilizado
em arquitectura paisagista, especialmente em
áreas com clima mediterrânico. É considerada fácil de
cultivar para jardineiros principiantes, tendo uma boa tolerância a pragas.
O alecrim é facilmente podado em
diferentes formas e tem sido utilizado em topiária –
arte de formar várias configurações, através das plantas -.
Quando cultivado em
vasos, deverá ser mantido de preferência aparado, de forma a evitar o
crescimento excessivo e a perda de folhas nos seus ramos interiores e
inferiores, o que poderá torná-lo um arbusto sem forma e rebelde. Apesar disso,
quando cultivado em jardim, o alecrim pode crescer até um tamanho considerável
e continuar uma planta atraente.
Pode ser propagado a partir de
uma planta já existente, através do corte de um ramo novo com cerca de 10 a15 cm,
retirando algumas folhas da base e plantando directamente no solo.
Entre as
variedades seleccionadas para uso em jardim, referimos:
Albus - flores brancas, Arp - folhas
verde-claro, fragrância a limão, Aureus - folhas com pintas
amarelas, Benenden Blue - folhas estreitas,
verde-azulado-escuro, Blue Boy - anã, folhas pequenas, Golden
Rain - folhas verdes, com raios amarelos, Irene -
ramagem laxa, rastejante, Lockwood de Forest – selecção rastejante
de Tuscan Blue, Ken Taylor – arbustiva, Majorica
Pink - flores cor-de-rosa, Miss Jessop's Upright -
alta, erecta, Pinkie - flores cor-de-rosa, Prostratus,
Pyramidalis (também conhecida como Erectus) - flores
azul-pálido, Roseus - flores cor-de-rosa, Salem -
flores azul-pálido, resistente ao frio e semelhante à Arp, Severn
Sea - baixa, espalhando-se e enraizando-se pelo solo, com ramos em
arco; flores violeta profundo, Tuscan Blue - erecta.
Plantio - Deve
ser plantado preferencialmente na Primavera ou no Verão. O ideal é por meio de
mudas, mas pode ser plantado através de sementes. Neste caso a planta demora bastante
tempo para se desenvolver.
Deve regar-se a planta, levemente, apenas quando o
solo estiver seco a mais de 2 cm de profundidade.
Utilização
culinária – Fresco (preferencialmente), ou seco. É utilizado na
preparação de aves, caça, carne de porco,
salsichas, linguiças e batatas assadas. Na Itália utiliza-se em assados de carneiro, cabrito e vitela. Em churrascos, espalha-se um punhado
sobre as brasas do carvão , perfumando a carne e difundindo um agradável
odor no ambiente. Usa-se em sopas e molhos.
Uma tosse pertinaz
desaparecerá com infusões de alecrim, que também se recomendam às pessoas
cujo estômago seja
preguiçoso.
Tem propriedades carminativas – expulsão de gases intestinais -,
emenagogas – provoca ou favorece a menstruação -, desinfetantes e aromáticas,
registando-se, recentemente, uma importância crescente na aromoterapia. É
relaxante muscular, activador da memória e fortalecedor dos músculos cardíacos.
Favorece a concentração mental e estimula a capacidade de memória.
Estudos recentes têm evidenciado
a importância do alecrim no combate à Doença de Alzheimer e na protecção das
células contra os radicais livres que favorecem o surgimento do câncer e
doenças cardíacas, entre outras.
Tradicionalmente usado para
combater pulgas e piolhos, bem como o tratamento de problemas capilares.
Uma infusão de alecrim faz-se com
quatro gramas de folhas numa chávena de água a ferver. Toma-se
depois das refeições. Possui grande quantidade de hesperidina - um
bioflavanóide com efeitos anti-nociceptivos – contra agentes nocivos ao nível
da pele ou mucosas – comprovados, contra a gota -.
Utilização
religiosa – Nos templos e igrejas, o alecrim
é queimado, como incenso, desde a mais remota antiguidade.
Na Igreja Ortodoxa Grega, o seu óleo é
utilizado, até aos nossos dias, para unção.
O povo costuma esfregar folhas de
alecrim nas mãos e depois cheirá-las. Garantem os utilizadores de tal práctica
que não há dor de cabeça que resista e coisas que há mito tempos andavam longe
da memória surgem como que por milagre.
Lembro-me de uma Professora da
escola da minha aldeia que pendurava, regularmente, ramos de alecrim nos quatro
cantos da sala de aula. Gabava-se que os seus alunos eram bastante bons nas
contas e nas disciplinas que envolviam mais memória, devido a essas plantas.
E, já que o alecrim é uma planta
tão vulgar, porque não acreditar nos velhos hábitos da minha professora e
esfregar umas folhas de alecrim nas mãos, aproveitando-lhes, depois, o aroma?
E, já agora, verifique se demora menos tempo a fazer as palavras cruzadas, ou a
completar o sudoku de nível mais difícil?
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