Havia, lá em casa, uma velha máquina, que minha mãe recebera quando terminou o “corte e costura” que fez na “mestra”.
No fundo negro do corpo da máquina, além de umas flores, sobressaía o nome “Singer”, em letras douradas.
Na máquina foi confeccionada a roupa para toda a família e uma ou outra peça encomendada por alguma vizinha.
Falamos, diga-se, dos anos quarenta do já pretérito século XX.
Anos mais tarde, ao aprender inglês, veio-me à ideia aquela palavra “singer”, que pensava eu quereria dizer cantor, uma vez que “to sing” significa cantar.
Anos mais tarde, ao aprender inglês, veio-me à ideia aquela palavra “singer”, que pensava eu quereria dizer cantor, uma vez que “to sing” significa cantar.
Porém, ou porque não me quadrasse bem, ou porque sempre gostei de saber mais, sobre certas coisas simples, investiguei e, à guisa de curiosidade, aqui fica o resultado:
A industrialização, no séc. XVIII, trouxe a mecanização da fiação e da tecelagem, mas a milenar arte da costura continuou a fazer-se à mão, por batalhões de costureiras e alfaiates.
A industrialização, no séc. XVIII, trouxe a mecanização da fiação e da tecelagem, mas a milenar arte da costura continuou a fazer-se à mão, por batalhões de costureiras e alfaiates.
Só no séc. XIX se aperfeiçoou a máquina de costura, como tantas outras com o objectivo de aliviar as tarefas domésticas e paralelamente desenvolver a indústria.
Em 1810, Balthazar Krems, operário alemão de uma fábrica de artigos de retrosaria, criou a agulha e construiu com ela uma máquina, movida por uma alavanca, que dava pontos em cadeia, fixando duas telas.
Em 1810, Balthazar Krems, operário alemão de uma fábrica de artigos de retrosaria, criou a agulha e construiu com ela uma máquina, movida por uma alavanca, que dava pontos em cadeia, fixando duas telas.
Em 1830, o alfaiate francês Barthélemy Thimonnier construiu uma máquina parecida, com a qual obteve enorme êxito, a ponto de instalar uma fábrica em Paris, com 80 máquinas, para confeccionar uniformes para o exército.
No ano seguinte as máquinas foram destruídas, por uma manifestação de alfaiates, que temiam pela sua subsistência.
Dois anos depois, em 1833, o norte-americano Walter Hunt – conhecido como o homem que inventou o imperdível –, criou uma máquina de pespontar, movida por uma manivela e que já trabalhava com dois fios, formando um ponto entrelaçado.
Dois anos depois, em 1833, o norte-americano Walter Hunt – conhecido como o homem que inventou o imperdível –, criou uma máquina de pespontar, movida por uma manivela e que já trabalhava com dois fios, formando um ponto entrelaçado.
O invento foi vendido ao nova-iorquino George Arrowsmith, em 1834, que nunca o comercializou, por falta de capital.
Sucederam-se os inventos e patentes, nos vinte anos seguintes, até que, em 1854, Wilson inventou a barra dentada situada por baixo da tela para fazê-la avançar, regularmente, depois de cada ponto.
Sucederam-se os inventos e patentes, nos vinte anos seguintes, até que, em 1854, Wilson inventou a barra dentada situada por baixo da tela para fazê-la avançar, regularmente, depois de cada ponto.
Entretanto neste período, em 1851, o mecânico de Nova York, Isaac Merritt Singer patenteou uma máquina de sua invenção, para pespontar, accionada por um pedal. Uma roda dentada fazia avançar a tela, entre pontos e um calcador mantinha os tecidos no seu lugar.
A agulha movia-se, verticalmente...
O sócio de Singer, advogado Edward Clark, iniciou um sistema de vendas a prazo, em 1856.
O sócio de Singer, advogado Edward Clark, iniciou um sistema de vendas a prazo, em 1856.
Comprada a pronto, uma Singer custava 50 dólares; a prazo, com 5 dólares de entrega inicial e 3 dólares por mês, chegava a 100 dólares.
Em 1858, Singer produziu o modelo portátil “Familiar”; as suas máquinas anteriores passaram a modelos industriais.
Singer abriu fábricas na Europa, onde obteve êxitos idênticos e, quando morreu, em 1875, as suas empresas foram avaliadas em 13 milhões de dólares.
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