Quem desce o vale do Tejo, no comboio da Beira Baixa, ou pela auto-estrada que corta o nosso concelho, não nota que atravessa uma parte do Alentejo.
A estrema natural do concelho, desde Barca da Amieira a sudoeste de Ortiga, seria o Tejo, se o concelho de Gavião não atravessasse o rio e viesse anexar as terras de Belver, enquadrando-as no Alto Alentejo.
Já pelo norte, oeste e sul, as delimitações dos concelhos de Proença-a-Nova, Vila de Rei, Sardoal e Abrantes são feitas, naturalmente, pelas linhas de água.
Fisicamente é este rincão de 403 km2, com oito milhares e meio de almas, em 2001, que constitui o concelho de Mação – um, entre as mais de três centenas de Portugal, situado bem no seu centro geográfico.
Reza a Geografia que o concelho de Mação faz parte do Distrito de Santarém e daí, quando a designação era usada, devia enquadrar-se no Ribatejo.
Porém, pelas suas características, o concelho fazia parte da Beira Baixa, embora os usos se aproximassem do Alentejo, onde os “ratinhos” passavam grande parte do ano, em trabalhos agrícolas.
A diocese é Portalegre e Castelo Branco.
O enquadramento no Ministério da Educação é, actualmente, a DREC de Coimbra.
Já na hidráulica é a circunscrição de Santarém.
Até há poucos anos a rede telefónica era a de Torres Novas.
Presentemente o concelho enquadra-se na Região Centro e nalguns casos na Lezíria e Vale do Tejo e ali começa a Zona do Pinhal Interior Sul.
Mas há ainda os aspectos judiciais, militares, e outros, directamente dependentes de Lisboa.
Para um adulto, com alguma cultura, este emaranhado de divisões, classificações, e dependências é, no mínimo, complexo.
Para uma criança ou um adolescente, não será menos.
Não sabemos o que se ensina na escola, mas ficamos curiosos e esperamos que nos elucidem.
Uma coisa é certa, quando por cá andamos e nos perguntam qual é a nossa terra, não enjeitamos as origens e dizemo-nos maçaenses ou, se assim quiserem, maçanicos.
O “Voz da Minha Terra” traz-nos, regularmente, as tão esperadas notícias, mais alegres ou mais tristes, segundo o ponto de vista de cada um.
Ultimamente, porém, vem-se agravando e subindo de tom o “dize-tu-direi-eu” dos “políticos locais” que pouco refere de construtivo e pode ser muito pernicioso, provocando menos interesse pelo regresso às origens daqueles que ainda sonham!...
NOTA: Este texto foi escrito há 10 anos. Publicamo-lo, com esta ressalva, porque não nos parece desactualizado, salvo, é claro, no número de habitantes que é menor e tende a diminuir.
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