Contar /escrever uma história é, tão-somente, relatar vivências /fantasias, de modo que quem ouve / lê se interesse e fique atento e expectante até ao fim.
Mostre ao ouvinte / leitor o ambiente, descreva a envolvência e coloque-o dentro dos cenários da história, ouvindo, observando, tocando, tudo o que o rodeia.
Estes preliminares isolarão o ouvinte / leitor e sintonizá-lo-ão com a narrativa.
Criados os cenários, transmita os factos, relatando objectiva e firmemente o desenrolar da história.
Terá, nesta altura, ouvintes / leitores desejosos de ouvir / ler o que se segue e disponíveis para acompanhá-lo, na narração.
Avance para o plano inicialmente traçado, mas esteja atento às reacções que os ouvintes / leitores vão transmitir-lhe: ou aceitam, porque concordam e, avance; ou aceitam, porque se desinteressam e, jogue forte – fantasie - ; ou rejeitam, porque não foram alcançadas e, muito menos superadas as expectativas, e passe adiante – procure o inesperado e… supere as suas próprias expectativas.
Quando se sentir na floresta, não vacile no caminho; marque um ponto e caminhe para ele, com os que o acompanham.
Todavia se deixou muitos para trás deve rever o estilo, o ritmo, a autenticidade da história e repensar a intensidade da narrativa, o nível de linguagem e o grau de pureza da semântica utilizada.
Revelar, prematuramente, ou retardar o desfecho da história pode ser catastrófico; acertar no timing é decisivo.
Se não estiver seguro dos passos anteriores, não hesite em deixar o rascunho na gaveta e retome-o uma ou duas semanas depois.
Altere, critique, acrescente, corte… aconselhe-se com alguém amigo.
Reescreva de novo o que lhe parecer menos bem.
Contar / escrever uma história deve ser um acto de amor; dar aos outros o melhor do nosso sentir, das nossas vivências.
Partilhar o que nos vai na alma, o que nos impressionou e nos levou a falar /escrever, é nobre e sublime.
Aceitar a crítica dos que não gostam, não entendem, ou têm de dizer mal, é nobre e revelador de altruísmo e compreensão.
Se quiser dizer / escrever, caro ouvinte / leitor, escreva para os outros, não use palavras cujo significado desconheça, não aborde temas que não domina e lembre-se que as mais belas histórias são as mais simples e as contadas pelo povo.
São gentes que têm a alma muito perto da boca e raramente complicam o que é simples e bonito.
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