quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ano bissexto - nome

Calendário romano até Júlio Cesar

O nome bissexto não deriva do duplo seis – bi seis - (66) dos 366 dias que tem o ano, como geralmente se pensa.

A origem da expressão bissexto vem da adopção do Calendário Juliano, em 45 a.C., quando Júlio César modificou o Calendário Romano de Numa Pompílio – o 2º dos sete reis de Roma –, de 713 a.C.:

Acrescentou dois meses ao ano – Unodecembris e Duodecembris, deslocando assim Januarius e Februarius para o princípio do ano.


Fixou os dias dos meses numa sequência de 31,30 – 31,30 … de Januarius a Duodecembris (este com 30 dias) à excepção de Februarius que ficou com 29 dias e a cada 3 anos, seria de 30 dias.

Nos antigos calendários romanos os dias tinham nomes com base no ciclo lunar e um mês dividia-se em três secções, separadas por três dias fixos: Calendas (lua nova), Nonas (quarto – crescente) e Idos (lua cheia).

Os dias eram designados por números ordinais, contados em ordem retrógrada em relação ao dia fixo subsequente. Qualquer coisa como o costume que temos ao dizer as horas: 14,45 h, dizemos “15 para as 3”.

Assim, o dia 3 de Fevereiro, por exemplo, chamava-se “antediem III Nonas Februarii”, ou seja “três dias antes da Nona de Fevereiro”. Já o dia 24 de Fevereiro chamava-se “antediem VI Calendas Martii”, ou “antediem sextum Calendas Martii”, ou seja “sexto dia antes da Calendas de Março”

Ao fazer a introdução de mais um dia no ano, Júlio César escolheu o mês de Fevereiro e, dentro deste mês, “fazer um bis”, isto é, “duplicar o dia 24”, chamando-o de “antediem bis-sextum Calendas Martii”.

Se obedecêssemos à forma de contagem dos romanos, teríamos algo equivalente a um mês de Fevereiro com dois dias 25. Daí surgiu o nome “bissexto”, que passou a designar o ano que tivesse esse dia suplementar.

Júlio César escolheu Fevereiro para adicionar um dia porque, além de ser o mês mais curto do ano, com 28 dias, era também o último do ano entre os romanos, que, ainda por cima, o consideravam como um mês nefasto.

A escolha da duplicação do dia 24, em vez de se introduzir o novo dia 29, como fazemos hoje, deve-se a motivos supersticiosos.

Se a designação bissexto é consensual e praticamente usada em quase todos os povos do mundo, já o mesmo se não pode dizer da forma de contar os anos bissextos e de fazer as correcções que se impõem, para acertar os excedentes que em cada ano se vão acumulando.

Esse assunto é mais complexo e será objecto de tratamento especial. Finalizamos com um dos inúmeros mitos e tradições à volta dos anos bissextos:

Na Escócia, no séc. XIII, nos anos bissextos, eram as mulheres que tinham o direito de escolher quem desejassem para marido. E, se o escolhido não concordasse com o casamento, era obrigado a pagar uma multa, de respeito.




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