Originário da Austrália, o tabaco propagou-se na América, onde os Espanhóis, ao chegar às Caraíbas, imitaram os nativos no costume de fumar cilindros dessa erva, comida, bebida ou fumada por toda a América pré-colombiana, do vale do Mississipi à Terra do Fogo.
Diversos povos procuraram estados de transe místico, fumando grandes quantidades de tabaco, muito forte, e bebendo, simultaneamente, tisanas do mesmo.
Eram usados tais meios alucinogéneos nos ritos da passagem da adolescência à maioridade.
Frei Bartolomeu de las Casas, bispo de Chiapas (México), publicou, em meados do séc. XVI, a carta de Cristóvão Colombo e nela referia o costume indígena de fumar “cohibas”, dizendo que essa “prática bárbara” se espalhava, rapidamente, entre os seus compatriotas.
Nos princípios do séc. XVII, a Espanha adiantou-se aos outros países da Europa, reservando os benefícios fiscais da importação de tabaco e, pouco depois, em 1623, as Cortes decidiram que a venda de tabaco se processaria como monopólio do estado.
Os Espanhóis trouxeram o tabaco para o “Velho Mundo” e daqui passou à Ásia.
Foi Jean Nicot – médico e embaixador da França, em Lisboa -, que introduziu o tabaco em França, devido às características terapêuticas que lhe atribuía.
Do seu nome vem o termo “nicotina”e, da sua influência, junto da rainha Catarina de Médicis, popularizou-se, na corte francesa, o uso do rapé.
A palavra “tabaco” foi tirada, pelos Espanhóis, da designação indígena “tobago”, ou “tobaca”, fumado em cilindros grossos, chamados “cohibas”.
Até 1575 os Espanhóis tiveram o monopólio virtual da venda de tabaco, na Europa.
A partir desse ano, Portugal começou a plantá-lo, e vendê-lo, por sua conta.
Mais tarde, os Holandeses, nas Índias Orientais e os Ingleses, na Virgínia, cultivaram vários tipos de tabaco, para enviar para o “Velho Mundo”.
Simultaneamente à expansão do consumo, nasceram os castigos…
Nos começos do séc. XVII o consumo do tabaco era já mundial e o hábito já se estendera a todos os estratos sociais, apesar das legislações restritivas de diversos países.
As penalizações pelo uso do tabaco, iam das multas e castigos corporais até à pena de morte.
Murad IV, sultão da Turquia, mandava decapitar os súbditos que eram apanhados a fumar.
Na Rússia, torturavam-se os que usavam tabaco e mutilava-se-lhes o nariz, fazendo o mesmo aos que vendiam a erva.
Nos últimos anos do séc. XVII, em Luneberg, na Alemanha, o consumo de tabaco, era punido com a morte.
Nesta altura, a proibição ia desde a excomunhão aos açoites e estendia-se dos estados Vaticanos (Itália), até à Baviera e Saxónia (Alemanha).
O resto da Europa, com excepção da Espanha e seus domínios, perfilhava tal proibição.
Porém, os interesses económicos primaram sobre as disposições legais e, em 1623, como acima se refere, a Espanha converte o tabaco em monopólio governamental.
Outros países se lhe seguiram: Portugal (1664), Áustria (1670), França (1674).
No início do séc. XVIII, Pedro – o Grande, czar da Rússia, revoga as leis e decretos proibitivos e, desde então, o já generalizado uso do tabaco, legaliza-se no mundo.
A última proibição ao uso do tabaco foi promulgada na Abissínia, nos finais do séc. XIX, castigando, duramente, os culpados.
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